Amigos! Olha eu dando as caras novamente depois de um ano. Saudades da Blogosfera e das pessoas que seguia aqui. Os ventos mudaram, mas sempre me recordo de vocês. Voltei a olhar as postagens de alguns amigos aqui, e me pareceu que era a hora de dizer meu alô para vocês novamente. Espero que o próximo reencontro não seja tão demorado quanto esse...rsrs
Continuando o último post, lhes apresento a parte II:
O Recomeço
... Ao resolver abraçar a vida de empreendedor, fiz a pergunta inicial que todo o novato na área se faz: Qual o produto?
Essa questão, tão básica em todo o negócio, por si só já é o primeiro desafio de quem decide se enveredar pelos caminhos tortuosos, porém recompensadores do empreendedorismo. A mente de quem foi doutrinado desde cedo a se encaixar no mercado de trabalho, a aprender fazer o certo e a decorar fórmulas na escola não está acostumada a essas coisas. Porém, era necessário deixar a zona de conforto em prol dos novos objetivos. E esse era o primeiro, e talvez, um dos menores obstáculos...
Para tirar o melhor proveito possível do meu mentor, obviamente decidi que o produto deveria ser do ramo da alimentação, onde ele atuava e tinha know-how além de outra coisa tão valiosa quanto: uma rede de contatos. Pesquisei na Internet, escolhi um produto e fiz um orçamento de uma linha de produção. Até então, desde que havia sido demitido, frequentava a empresa dele durante 3 vezes na semana como uma forma de aprender com ele e também de alguma forma ser útil. Já se passara um mês desde a minha demissão e decidi que seria a hora de manifestar minha vontade de seguir seus passos e criar meu negócio. Apresentei então para o mentor, a ideia do produto X, e de cara ele achou o produto ruim para iniciarmos. Talvez pelo Feeling empreendedor, ou pelo preço alto do orçamento da linha de produção, ou porque achou que não fosse ter saída ( o que eu descobri que mais para frente que havia venda boa sim...)
Então ele, com a habilidade que muito me faltava na época, já tinha outras idéias na manga:
- Você bem que podia fazer o produto A. Não vai gastar muito e tem uma saída boa. - Fiquei logo entusiasmado. Naquela altura do campeonato estava topando tudo. - Deixa eu falar com meus clientes...
E lá foi ele acionar os contatos para descobrir quais os maiores problemas do produto. Tudo isso já era uma grande lição: pesquise o produto, pesquise o mercado, se informe. Sai mais barato se informar do que construir o produto e ser surpreendido com os problemas que ele possa ter.
- É...vende bem- disse ele entre uma ligação e outra – mas costuma ficar rançoso e acaba tendo que fazer muita reposição. – já vinha aquele balde de água fria para acabar com todo o entusiasmo de uma vez só. – Essa troca de produtos vai corroer os lucros. Se soubéssemos que você iria entrar nessa antes, não tinha dado aquela idéia para o Roberto.
O mentor era realmente bem criativo, e havia dado uma ideia de um produto para um amigo dele fazer de mão beijada. Roberto já produzia e seguia nas vendas. O mentor, inclusive, era seu cliente, que havia se comprometido a comprar com ele depois que a empresa do Roberto fizesse um ano. ( O que, me parece, seria o período de experiência até que o produto do amigo já tivesse tempo o suficiente para alcançar a qualidade exigida pelo mentor.)
Aquela frustração ao saber que não tinha chegado a lugar nenhum |
- Bom - disse, pensativo – tem outra coisa. Que a gente vendia muito no passado, mas o processo de fabricação era caro e acabava não valendo a pena, mas já reparei que tem gente no mercado que hoje em dia está começando a fazer diferente e, se for como eu acho, vai se muito interessante e lucrativo.
O produto B vendia muito, a quantidade de venda no mês podia ser expressa em toneladas, no entanto, cada unidade pesava em média 3g e era feita de forma manual. Imagina o custo do tempo e da mão-de-obra para converter esses 3g em toneladas ao longo do mês. Observando o mercado, ele viu que algumas marcas estavam comercializando um produto que apresentava alguns traços de produção automatizada. E se ligou que essa seria a chave para que valesse a pena a fabricação.
Após muita pesquisa na Internet, vimos alguns protótipos e confirmamos a teoria do mentor. Era possível inovar o processo de fabricação e criar uma linha de produção automatizada. Mas tudo que encontramos era muito arcaico. Não existia nada que fosse pronto para operar de fato. Não tinha equipamento no mercado para o que eu precisava. Tentando encontrar uma saida, dei a ideia de contratarmos alguém que pudesse criar essa máquina para mim, a partir do zero. Chamamos um projetista que se dispôs a abraçar a causa e me entregar a máquina em 45 dias. Agora sim... ficava mas tranquilo, porque as coisas estavam andando. Era questão de tempo. Esperar para depois partir para ação. Estava convertendo um acontecimento ruim na vida, a falência da empresa em que trabalhava, em algo positivo, em uma oportunidade... e os ventos começavam a mudar...
Até a próxima, e espero que não seja daqui a um ano...rsrs
Abraços,
PR.