segunda-feira, 26 de junho de 2017

Sociedade Fútil

Saudações a todos os Tripulantes do Milhão!

Na  semana passada, resolvi mudar de agência bancária. O fato é que moro há uns 2 anos na minha cidade atual mas até então na tinha trocado a agência e, ao precisar utilizar um serviço que seria prestado somente no local em que possuía a conta, percebi que era mais fácil (e mais barato) mudar de agência do que perder um dia inteiro indo para a cidade em que morei anteriormente. Até aí tudo bem.

Cheguei no banco e fui atendido por uma gerente que perguntou qual a documentação que eu tinha levado, e me informou que mesmo para migração de conta era necessário que eu apresentasse meu contracheque. Detestável burocracia! Fui eu para a rua à procura de algum lugarzinho com internet que pudesse fazer a impressão para mim. Voltei ao banco e apresentei os papéis, a mulher olhou para mim e para o papel depois me olhou de volta, é impressionante, seu semblante já era outro. Se levantou sorrindo e me perguntou porque meu cartão era um cartão de correntista regular já que eu tinha uma conta diferenciada. Expliquei que na cidade anterior na havia essas agências com contas VIP e quando é assim eles fazem de você um correntista normal ou com a conta mais top compatível com a agência.

– Infelizmente não posso te atender. Sua gerência é ali naquela sala cinza. – disse ela já apontando a direção – Vou te apresentar a eles.

Meu desconforto começava ali. O que eu queria do banco era apenas praticidade. Se a conta era de um jeito ou de outro não me fazia diferença. Tinha saído para a rua vestindo qualquer coisa, como alguém que não passaria pela aquela porta.

O Pirata andando por aí.



– Oi, meu nome é X e vou ser sua gerente. Prazer. Quer café expresso, suco, água de coco? (Brincadeira... não tinha água de coco).

Não. Não queria nada, só trazer minha conta para minha cidade, só isso. Não precisava de gerente que tinha pronto atendimento pelo Whatsapp, que iria me "assessorar" em investimentos. Não sou rico de verdade, só ganho um bom salário. Riqueza é outra coisa, é patrimônio, é independência financeira.

Mas tudo bem, é para isso que essas pessoas estão lá. É o trabalho delas. O que me deixou mais impressionado foi o que aconteceu em seguida. A gerente estava tentando me cadastrar no sistema mas tinha algum problema no aplicativo e ele ficava fechando sozinho do nada. Ela decidiu sair da cabine em que me atendia indo para outros setores para ver se o problema persistia. Demorou e senti vontade de ir ao banheiro enquanto ela não voltava. Saí da sala cinza e a vi num computador no meio do saguão junto com um técnico do banco para ajudá-la. Acontece que esse cara era um colega com quem saía até o ano passado. Havia ficado meio chateado com ele por tê-lo convidado para meu último aniversário,  que seria só para os mais chegados e nem ter respondido se iria ou não, mesmo comigo ligando e perguntando se daria para ele ir. O aniversário chegou e a festa também. O cara sumiu, nunca nem me deu os parabéns e a gente encontrou em alguns momentos depois disso mas tudo foi mera formalidade por que temos alguns ambientes que frequentamos em comum.

Ele me olhava surpreso. Eu tinha saído daquela sala. Estava estampado na cara dele. Não era o mesmo cara que falava comigo formalmente após me encontrar em algum lugar por coincidência. Me perguntou como eu estava, me chamou para sair com ele para tomarmos uma cerveja e reclamou que há muito tempo não fazíamos nada. Melhores amigos. Nessas horas se percebe que se importam muito mais do que quanto você ganha ou tem do que com quem você é. É triste mas é verdade. Houve um tempo em que isso me estimularia a seguir o sistema, querer mostrar o que posso e o que não posso, firmar meu status na sociedade, mas isso ficou para trás. Isso não é verdadeiro. Um patrimônio de verdade é. Ter algo de acordo com sua capacidade, ou se satisfazer com algo bem abaixo da sua capacidade financeira é algo sustentável, o oposto não. Seguirei em frente com a vida frugal, embarquei nessa!

Ostentação? Tô fora...


Abraços do Pirata!



quarta-feira, 21 de junho de 2017

De volta às origens – Parte II – O início na corrida dos ratos

Era dezembro e as expectativas apenas aumentavam. O curso começaria no mês seguinte, e segundo o edital, era necessário comprar uma lista de coisas para que o aluno pudesse passar um período inicial de três semanas de internato, era o que carinhosamente era chamado de “enxoval do aluno”. Fui comprando tudo aos poucos, meia, camisa e uma série de coisas à medida que o tempo foi passando, e resolvi deixar as malas por último. Esse dia foi diferente, minha mãe até então não havia se dado conta que de fato eu iria sair de casa, até que eu cheguei com as malas e ela começou a chorar. Fiquei triste por ela, mas era uma nova etapa na minha vida e estava cheio de esperanças sobre como seria meu tempo lá.

Como tudo sobre o que criamos expectativas demais acaba deixando a desejar, essa não podia ser diferente. Eram muitas atividades o tempo todo, pouquíssimas horas de sono e comida péssima nas primeiras semanas. Acabei atingindo o menor peso que tive até hoje. Como tinha muita coisa rolando ao ar livre e era janeiro, acabava torrando no sol o dia inteiro e fiquei bem moreno. Fiquei tão diferente que meus pais quando foram me buscar da primeira vez não me reconheceram. Fui caminhando na direção da minha mãe e ela me olhou rapidamente, desviando o olhar para procurar o filho dela dentre muitos outros que saíam juntos. Dá para perceber que a situação para você tá feia quando nem sua mãe reconhece que é você na frente dela...rsrs

Eu me olhando no espelho.. O que está acontecendo contigo moleque?!


O ser humano é um bichinho ruim mesmo, se tem uma coisa que eu levo dessa história para a vida é que a gente consegue se adaptar, a gente se acostuma com coisas boas e coisas ruins. Tudo vira normalidade. Esse período foi muito difícil, mas com o passar dos meses, estava lá, de boas, recebendo minha graninha e estudando, começando a comprar minhas primeiras coisas e fazendo grandes amizades, que levo até hoje.
Demorou mas chegou o dia, finalmente me formei e me inseri no mercado de trabalho. E como todo o bom moço de uma família tradicional o que eu fiz? Resolvi casar. Pois é, eu tinha uma namoradinha desde quando passei no concurso e aguardava o início das aulas, entre brigas e mais brigas, a gente se acertou e resolvi tomar uma decisão. Melhor que não tivesse tomado. Compramos um apartamento longe do local que nascemos, e não tínhamos a mínima experiência em morar sozinho. Por essa razão, tomamos o caminho mais fácil e pagávamos faxineira, fazíamos muitos passeios caros, jantávamos fora quase todo o dia. Hoje vejo como desperdiçávamos dinheiro.  Me inseri no consumismo, com a maior facilidade, até porque ela tinha toda a estabilidade do mundo sendo funcionária pública. Mesmo que eu perdesse meu emprego, ela tinha dinheiro de sobra para nos manter enquanto eu não conseguisse nada. Após um ano e dois meses, fui convencido a comprar um apartamento maior. O primeiro realmente era bem pequeno mas tinha saído por um preço excelente. Após dias e dias procurando imóveis, não encontrava nada realmente interessante até que resolvi que seria a última vez que sairia à procura de oportunidades e cumpri o que prometi a mim mesmo: Naquele dia eu achei um apartamento que me agradava em todos os quesitos. Era bem acabado, bem dividido, numa localização excelente e com o preço descontado em relação ao mercado. Fiquei com ele e nos mudamos rapidamente. Os consumos aumentavam, o condomínio era bem caro para a região, mas não nos importávamos, afinal tínhamos uma renda boa e aumentos de salários que pareciam que nunca terminariam.

Jogando o dinheiro fora...pura imaturidade.

Um mês e meio após a compra do apartamento surge um imprevisto na vida: a separação. Foi um período muito difícil, mas hoje agradeço por ter ocorrido naquela época. O pouco que tínhamos foi motivo de brigas e mais brigas judiciais, e acabei fazendo um acordo cedendo parte do que eu tinha para a dita cuja. Imagino como fica um homem que se separa depois de já ter conquistado muito, tendo idade mais avançada.  Você já está com o emocional destruído e ainda vem a $%#@ para querer tirar seu dinheiro, o pior é que a justiça ainda é complacente com essas coisas. É colegas, na vida tem muitas formas para te fazer apanhar, agora para te ensinar a bater, essas são poucas... Fico pensando aqui, até a forma convencional de casamento já acho que começa por desfavorecer os mais descuidados. Acredito que o correto e padronizado deveria ser separação total de bens. Cada um fica com o que é seu e ponto final, em vez de deixar o juiz determinar quem fica com o quê. Ele não sabe o quanto do dinheiro você abdicava para agregar ao casal e nem se a outra parte fazia o mesmo ou gastava com pura besteira. Ok Vida, lição anotada e aprendida. Próxima!

Next!

No próximo post da série pretendo contar como foi o período pós-separação, minha iniciação no mundo dos investimentos e como venho me desenvolvendo pessoalmente.

Abraços do Pirata!






segunda-feira, 5 de junho de 2017

De volta às origens - Parte I


Eu era um adolescente quieto, introvertido e acima do peso. O típico gordinho nerd que as meninas não davam bola, até porque eu não tinha confiança para chegar em ninguém. Tinha poucos, porém bons amigos (saudades deles), então ficava em pequenos grupos com os quais me relacionava exclusivamente. Existia também a galera da igreja com quem andava nos finais de semana, tenho boas recordações dessa época, era uma vida mais simples e com amizades sinceras.

Eu, na adolescência... o típico gordo nerd.

Morava num lugar longe. Longe de tudo, até do centro da cidade. Me deslocava muito para ir a banco, correio e escola, numa época em que nem sonhava com carro e os ônibus não possuíam ar-condicionado e sol ardia a pino. Não tinha nada para fazer de lazer, mas adolescente se diverte com pouco né. Eu sentia que não pertencia àquilo ali, sempre senti isso. Se tinha uma certeza na vida é que não queria morar ali para sempre e me mandaria assim que possível.

Cursei o Ensino Fundamental no ensino público, mas minha avó pilhou meus pais de me colocarem num colégio particular durante o ensino médio. Pensando nisso aqui agora, vejo que sou muito grato a ela por isso. Meus pais diziam que seria muito caro e gastariam muito com passagem de ônibus, mas no final de alguma forma eles cederam. Me colocaram num colégio que uma prima minha havia acabado de se formar, não era o mais caro, mas era o melhor para o que eu precisava, mesmo que na época eu não tivesse ciência disso ainda. Ao passar do tempo me deparei com um novo jeito de ensino, e uma relação Professor X Aluno totalmente diferente do que já havia visto antes e além disso eles tentavam mostrar aos alunos o valor de ser aprovado numa universidade pública, já que a maioria não tinha dinheiro para pagar uma faculdade particular. De alguma forma, aquilo me estimulou de verdade, e eu decidi que tinha que abdicar de certas coisas em prol de um futuro melhor. Eles me ganharam, e foi a melhor coisa que aconteceu comigo. Estudei, estudei muito, minha mente só girava em torno dos estudos. Era uma fase muito boa da vida que eu estava abrindo mão, deixando de sair com meninas, de curtir esse momento para fazer merda e tudo o mais. Sei que muitos amigos que tenho hoje tiveram a oportunidade de fazer intercâmbio, curtir festas e tirar onda com o carro do pai mas isso eu nem contemplava, não era o meu mundo.

Meu tênis de marca naquela época.

E aí, o que aconteceu depois disso? Eu tive “sorte” e consegui ser aprovado num curso de Nível Superior bom, totalmente gratuito e que ainda me pagava um salário todo o mês para estudar. É incrível como certas oportunidades só surgem para aqueles que estão se preparando, até aquele ano eu nem sabia que o tal curso existia. Aí, sabe como é né como ninguém da cidade havia passado em algo do tipo ainda, algumas pessoas que eu nem conhecia vinham me perguntar se eu era fulano e me davam os parabéns pela aprovação, outras começaram a inventar história dizendo que meu avô havia comprado a minha vaga no curso... hahaha, quem dera meus avós tivessem dinheiro para algo do tipo. Tentar tirar o mérito dos outros não deveria fazer com que as pessoas se sentissem menos fracassadas, mas acontece, infelizmente. 

Ahhh o gostinho do sucesso...

Na continuação desse post, vou descrever as situações que eu passei da época da faculdade para cá.

Abraço,

Pirata.

sábado, 3 de junho de 2017

A carteira do Pirata - Maio de 2017 - R$ 157.370,59


Olá futuros milionários!

Hoje trago aqui a primeira atualização do meu balanço patrimonial do blog. Comecei a aportar no início de 2015, antes não possuía nada, apenas dívidas. Talvez eu conte essa história em outro post, mas olhando para trás percebo minha evolução, não somente financeira, mas também de conhecimento. Meu primeiro aporte foi no Tesouro Selic, acabei fazendo por recomendação de um amigo. Não entendia nada, mas era preciso me capitalizar, disso eu tinha certeza. Pensando no pouquinho que coloquei e no que tenho hoje, sou muito grato por ter tido boas influências que me apresentaram um novo horizonte: A possibilidade da Independência Financeira!

O caminho até aqui foi bem tortuoso. Errei várias vezes, mas tudo fez parte do processo de aprendizado. Troquei de planilha umas três vezes, me virei para conseguir controlar tudo e acabei tendo dados não muito confiáveis até aqui em relação a aportes e rentabilidades, de maneira que essas informações precisarão ser garimpadas nas corretoras caso eu queira reavê-las. Queria muito ter meu gráfico de evolução patrimonial igual a tantos da blogosfera, mas por enquanto se contentem com o que vou postar daqui para frente por favor...rs

Bem, vamos aos números:

1- Renda Fixa: R$ 67.848,45 distribuídos em NTNBs, Selic e Debentures.

2- FIIs: R$ 25.305,59 distribuídos em: AEFI11, FEXC11, BBRC11, BBPO11, BRCR11 e VRTA11.

3- Ações: R$ 28.924,50 distribuídos em: WIZS3, LREN3 e CIEL3.

4-Fundos de Investimentos: R$ 35.292,05

Total: R$ 157.370,59


Obs: Possuo também um imóvel que está em processo de venda mas não vou colocar aqui ainda porque é muito difícil estimar um preço enquanto ele não é vendido. Talvez nos próximos meses o patrimônio líquido e os aportes cresçam consideravelmente.


Eu pensando em quanto vou conseguir naquela casa....


Distribuição percentual dos Ativos


1- Renda Fixa: 43,11%

2-FIIs: 16,08%

3- Ações: 18,38%

4-Fundos de Investimentos: 22,43%



Aporte do Mês


Esse mês consegui apotar R$ 5.000, que na teoria iria ser usado para aumentar minha posição em ações mas tenho passado por momentos de instabilidade no trabalho e resolvi deixar num fundo de renda fixa, que varia bem parecido com o Tesouro Selic. Quando esse momento passar, poderei realocar o dinheiro.

"A melhor coisa que o dinheiro pode comprar é a independência financeira."  - Mr.Money Mustache



Abraços a todos!


Bem-Vindos a Bordo!

Criei esse blog com intuito de registrar a evolução do meu patrimônio e também com a intenção de compartilhar o pouco que sei acerca de investimentos. Adoro comentar sobre o mercado financeiro e talvez trabalhasse nessa área caso já não houvesse abraçado outros objetivos. Espero poder ajudar alguns aqui assim como aprendi muito com grandes nomes da blogosfera presentes hoje e outros que já nos deixaram (um salve ao Pobreta!) e também aprender por meio dos comentários e críticas construtivas que aqui possam surgir.

Escolhi "Pirata" porque trabalho com coisas não muito normais para pessoas comuns... Já conheceram algum piloto de navio? Prazer, Piloto...rs

Sejam bem-vindos ao Blog Pirata Rico, buscando bons ventos e mares mais tranquilos nos próximos anos.